E lá estava eu, ainda assustado e consideravelmente atordoado com a simples imagem do Senhor de Baator à minha frente. Achei que após me contar a história do Pacto Primitivo, ele iria cessar sua oratória e desaparecer, ou talvez me assassinar, punir, induzir a assinar algum trato ou realizar qualquer outra ação maligna contra minha pessoa. Mas não, o Senhor do Nono continuou a falar, e continuou a desvendar mais alguns dos segredos de Baator, coisas que, se não fosse pelo próprio Lorde me contar, nenhum mortal jamais saberia ou entenderia como funciona, ou mesmo que existe.
Foi então que ele começou a narrar uma outra história, e eu, mais uma vez, ouvi atenciosamente:
"Um jovem homem chamado Egil caminha por um campo enevoado, com uma forquilha à mão. Circulando através de fardos de feno recém empilhados, ele olha para as colinas ao seu redor. O rebanho de ovelhas pastando sobre estas terras verdejantes parecem pequenos pontos na sua superfície de verde profundo.
Embora Egil sempre tenha sido o herdeiro legítimo dessas terras e rebanhos que pastam sobre eles, seu tolo pai Thurgard recentemente tem achado certo fazer dele um servo em sua própria terra. Para agradar sua apegada nova esposa, Thurgard decretou que após a sua morte, a fazenda vai passar agora para o seu filho ainda bebê. Mesmo assim, essa mudança de propriedade parecia apenas uma possibilidade distante, até que Thugard ficou doente há alguns dias.
Egil, sempre um rapaz solitário, nunca teve amigos na vila. Agora, durante alguns meses, seu único confidente é um querubim gordo e vermelho, com a pele rasgada e asas de morcego. Chamando Kulzu, essa criatura aparece para Egil no celeiro quando ele está sozinho. Com sua voz áspera e sibilante, Kulzu foi sussurrou um sábio conselho no ouvido de Egil por muitas semanas até agora. “A fazenda é sua”, disse Kulzu. “Sua madrasta tem perturbado a hierarquia natural. E, além disso, ela provavelmente envenenou seu pai – por que outra razão ele teria adoecido assim de repente? Você deve agir para proteger o que já é seu. “Egil resistiu às exortações de Kulzu por algum tempo, mas, esta manhã, ele finalmente cedeu ao raciocínio de seu amigo.
Agora Egil caminha com passos largos em direção à casa de seu pai, com a forquilha pronta para as obras sombrias que ele pretende cometer. Abrindo a porta, ele confronta seu pai, estrangula sua madrasta e criança, erguendo a forquilha..."
Os atos acima transformaram Egil de um homem de vontade livre em um brinquedo de um diabo. Quando ele morrer – um evento destinado a acontecer em breve, com a conivência Kulzu – ele será transportado para os climas sombrios dos Nove Infernos. Lá ele irá ser submetido a torturas indescritíveis e fundido em objeto de troca no qual toda a sociedade diabólica gira em torno.
Foi aí que fiquei intrigado, e não hesitei em perguntar: "E quando mortais assim morrem, o que acontece?"
E o senhor continou a desvendar os segredos de Baator, com informações precisas que ninguém jamais conheceu, como eu disse anteriormente.
Quando um mortal morre, sua alma transmigra para uma pós-vida determinada por sua tendência. Os Nove Infernos estão reservados para criaturas leais e más e outras criaturas a serviço de diabos. Assim, quando caem rolos de feno sobre Egil e ele é esmagado, aparentemente por acaso, sua alma viaja para os Nove Infernos, onde se materializa em uma de uma série de rochas frias encharcadas de sangue, que se projetam do rio Estige. Este ponto de entrada de almas condenadas, conhecida como Prateleiras do Desespero, está localizado em Avernus, a primeira e encharcada de sangue camada do Inferno.
Na linguagem dos Planos Exteriores, as almas dos recém falecidos às vezes são chamadas suplicantes. Mas por formarem a base da economia diabólica de Baator, elas geralmente são referidas nos Nove Infernos como “moeda”, “tesouro”, ou “estrépito”.
O tráfico de almas sustenta toda a hierarquia através da qual todos os diabos anseiam para avançar. Cada diabo ou é um doador ou um receptor da magia extraída do condenado. Assim, a constante necessidade de nova colheita de almas motiva quase que cada ação realizada por qualquer tipo de diabo, especialmente no Plano Material.
Na linguagem dos Planos Exteriores, as almas dos recém falecidos às vezes são chamadas suplicantes. Mas por formarem a base da economia diabólica de Baator, elas geralmente são referidas nos Nove Infernos como “moeda”, “tesouro”, ou “estrépito”.
O tráfico de almas sustenta toda a hierarquia através da qual todos os diabos anseiam para avançar. Cada diabo ou é um doador ou um receptor da magia extraída do condenado. Assim, a constante necessidade de nova colheita de almas motiva quase que cada ação realizada por qualquer tipo de diabo, especialmente no Plano Material.
Trechos em itálico extraídos e traduzidos do livro Fiendish Codex II - Tyrants of the Nine Hells.
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